sexta-feira, junho 30, 2006

Compañeros poetas


Ainda nom era lusco e fusco quando me fum direcçom sul em boa companha a ver o trobeiro Sivio Rodriguez. Chegamos com os primeiros acordes da segunda cançom; "Por que la tierra es mi casa, por que la noche es obscura..." Entre bandeiras cubanas e berros de "Viva Fidel" foi dando passo os seus temas. Seica está um pouco maior, pensei quando conseguim ve-lo de perto, mas a sua voz nom sufriu a metamorfose da de Sabina, esse que canta, que realmente foi o gran protagonista da noite. A cousa estava difícil, eramos muitas as persoas que ali estavamos de pé, e poucas eram as que estavam sentadas em cadeiras de madeira ocupando e desperdiciando um espaço privilegiado. Silvio tem muitas cançons míticas e cada um de nós tem umha favorita. Eu tivem sorte, cantou "Óleo de una mujer con sombrero" e a "Pequeña Serenata", mas botei em falta "Te doy una canción" e sobre todo "Playa Girón", mas creio que há quem a botou máis em falta ca mim. A que nom faltou foi "Ojalá", pedida a berros por quase toda a Praça da Ferreria, e claro, cantou-na, ainda que intentou despistar-nos começando com outra música diferente. E assim rematou... mas a noite acabava de começar. Depois dum bocata de tortilha e umhas canhas, o meu amigo de Moanha levou-nos ao "Lusco e Fusco". Sim, o sítio prometia. Quando chegamos à porta saiam várias persoas cantando emocionadas e a berros "Princesa". Pois entramos no bar e ali estava Sabina cantando parte do seu repertório. Sim, podia ser o Sabina autêntico perfetamente, pois tinha a voz mais que cascada, um chupinho de whisky, e muita alma posta nas cançons que interpretava. O bar estava cheio de companheiros poetas de ghrenhas e rastas e ali por fim escoitamos "Playa Girón" e mais cançons míticas das que Sílvio cantara na voz desgarrada do pseudo-Sabina. Nom sei se foi pola emoçom que dá o licor do negro café, o certo é que ali as cançons chegavam dumha forma diferente. Chegou outra espotánea que tamém tinha umha voz desgarradora, e que melhor fixo que cantar a Janis e algumha outra como essa que di "Uou, uouuo, Uo, uouo, guas goin nau..." ademais do "Romance da Lavandeira", versom "Fuxan os Ventos".Era já mui tarde e houvo que pedir as de marchar, que forom como quatro ou cinco rondas. Adoro a gente que sabe apreciar as cousas, emocionar-se com elas e deixar-se levar polo momento sem mirar mais alá. Claro, marchamos quando o "lusco e fusco" estava nas antípodas e o Pseudo-Sabina rematara todo o seu whisky. Alguns companheiros poetas que ali estavam levarom-nos com eles, e despedimos a" noite" cumhas partidas de matraquilho, onde me meterom quatro goles desde a defensa, ainda que eu diria que forom três...Nom apetecia colher o carro até Compostela, lugar de partida, assim que buscamos umha praia, tarefa em princípio doada tendo em conta os kilómetros de costa que temos na nossa naçom. Em fim, acabamos no Grobe, durmindo debaixo dumha sombrilha histérica que nom fazia mais que mover-se e deixar-nos expostas a esse sol tam radiante como a noia que loitava contra el mentres eu nom a ajudava. Cansadas de loitar com sombrilhas hiperactivas decidimos volver. Ogrobe é bonito si, deu-nos tempo a ve-lo todo no tempo que desperdiciamos em sair de ali. Eu já estava resignada, o pior que nos podia passar era volver ao punto chegada, pois é bem certo ali que todos os caminhos conducem a Pontevedra. Em fim, colhimos a Via da Morte, e ao ver umha cantidade tremenda de espaço queimado decateime de que por ali era a entrada da autoestrada. Som umha máquina, pois já é difícil orientar-se assim, polo monte queimado, digo, como es tan poquito en la autopista Santiago-Vigo... A minha companheira poeta e mais eu seguimos cantando até chegar ao punto de partida, ali, bom, ali, o resto da jornada nom vou contar, que isto vai longo de mais...