sexta-feira, outubro 20, 2006

PINGUEIRAS NO AZUL

Filtra-se a água polo branco teito e o azul das minhas paredes se desgasta pola humidade que nom é tua. O branco volve-se cada vez mais negro com figuras espectrais que me lembram as caras de Belmez... Mentres, umhas pingas de água aterrizam no meu nôrdico e intentam atravesa-lo até chegar os lençois, ali onde já nom sintem o teu roce... O ruido monótono das pingas ao cair ajudam a relajar-me e, desde a cama, o espaço onde mais tempo passo e onde mais penso em você, vejo a chuva do outono morrer dentro do meu quarto...

terça-feira, outubro 10, 2006

Lisboa

Que pouco se parece este ceu ao daquela tarde de Lisboa. Aquela tarde na que o ceu a penas nos deu trégua. Umha poalha incessante que nos enfriava cada vez mais... Quixem caminhar todas as tuas ruas altas e baixas, perder-me entre todos esses currunchos onde a decadência reina sutilmente envolta num ar etéreo que nos envolve e nos fai sentir tristes, esses currrunchos que inmortalizas... Ali os nossos fados se empanham, agonizam e começam caminhos diferentes que por muito que digam nom acabam em Roma... Nom apanharemos o mesmo comboio que nos levou até ali, o comboio que nos ia levar a lugares de nós mesmas que ainda nos quedavam por descubrir... Mas chegamos a Lisboa, esse lugar onde a tristeça é umha coisa imensamente mística e agradável, e onde a pesar de tudo, é impossível enfadar-se.

quinta-feira, outubro 05, 2006

AS HORAS DA MORTE



Acabou... As horas da morte esta vez nom andavam a brincar.... podias percebi-lo a travês do gram grossor dos teus óculos... Por isso sentaches na mesa e pediches vinho e empada. Já terias tempo de comer soa... e o vinho e a empada, que mal che podiam fazer já...

Fuches a nena de azul, mas nunca acreditaches nas monjas nem em toda essa pantomina. Fuches a única persoa com a que nunca esquecim a minha língua. Fuches quem mais escoitou e apreciou a pouca arte que tenho nestas veas polas que corre o teu sangue... Já me estou acostumando a falar de ti em passado... ainda que é o futuro o que me vem à cabeça... Nunca mais escoitarei os teus tarareos dessas cançons que sabes que tanto nos gustam. Nunca mais me sentarei ao teu carom para contar-te o muito que chove em Santiago. Nunca mais me reirei das tuas confusssons. Nunca mais te levarei água do mar para que chegue aos teus pés. Nunca mais vou andar estresada quando vaia a casa pois já nom buscarei tempo para comparti-lo contigo. Nunca mais vou pôr música para ti... porque sempre te tratei de ti, ainda que me levaras case sesenta anos...